Há algumas semanas, recebi um convite do colega Pedro Andretta, da UNIR, para escrever um breve texto para a Divulga-CI – Revista de Divulgação Científica em Ciência da Informação. O tema é daqueles que atravessa o nosso tempo (e o nosso trabalho): liberdade de expressão, desinformação e censura. Neste post, compartilho um resumo das ideias principais — com destaque para os pontos em que esses três conceitos se encontram e se confundem.
A liberdade de expressão é um direito fundamental, e não um vale-tudo. Ela protege ideias, opiniões, críticas — mas não deve ser usada como desculpa para espalhar desinformação, discursos de ódio ou mentiras. Essa confusão proposital, infelizmente, tem se tornado estratégia comum em tempos de radicalização e plataformas digitais desreguladas.
O que estamos vendo em bibliotecas, arquivos e museus é um movimento crescente de tentativas de censura disfarçadas de “preocupação com os valores”. Obras são atacadas em nome da moral, da família ou da infância — quase sempre com forte componente ideológico e muita vontade de aparecer nas redes.
Enquanto isso, grandes plataformas decidem o que pode ou não circular, escondidas atrás de algoritmos. Não se apresentam como editoras, mas exercem esse papel: silenciam conteúdos, impulsionam outros, e tudo isso sem qualquer debate público — apenas guiadas por lucro.
Diante desse cenário, instituições culturais e de informação estão sendo pressionadas, ameaçadas e muitas vezes deixadas sozinhas. Falta apoio institucional, falta orçamento, falta política pública. E sobra trabalho para quem ainda insiste em garantir acesso plural ao conhecimento.
É urgente retomar o papel das bibliotecas como espaços de liberdade, pensamento crítico e resistência à censura. Isso não significa aceitar tudo sem critério — significa tomar decisões com base em princípios técnicos, éticos e no compromisso com a comunidade.
O texto completo do artigo: Liberdade de expressão, desinformação e censura